quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

NÃO É PROIBIDO - Marisa Monte (letra e vídeo)

NÃO É PROIBIDO - Marisa Monte (letra e vídeo)

A PIPOCA

o Texto publicado anteriormente é longo, mas nos faz refletir... Como a nossa vida parece uma pipoca

"Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante."

Portanto, a cada sofrimento, dor o mais importante é acreditarmos que tudo será belo, mexendo sempre a panela para que a popica não queime e seja uma eterna PIRUÁ (pípocas que não estouraram). Segundo Rubem Alves, O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Boa Semana!!!!

A PIPOCA

A Pipoca - Texto Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-mo a algo que poderia ter o nome de ‘culinária literária’. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como ‘chef’. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo - porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos, são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblê baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblê...
A pipoca é um milho mirrado, sub-desenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o Candomblê? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa - voltar a ser crianças!Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. ‘Morre e transforma-te!’ - dizia Goethe.Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da UNICAMP, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas ‘piruá’ é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: ‘Fiquei piruá!’ Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: ‘Quem preservar a sua vida perde-la-á.’ A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira... (O amor que acende a lua, p. 59.)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

TOCANDO EM FRENTE

Tocando em Frente
Almir Sater
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira
Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

É TEMPO...

DE BUSCAR NOVOS PRAZERES, NOVOS SABORES, NOVOS AMORES....

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

INSPIRAÇÃO

Voltando de Salvador, assisti ao filme Julie & Julia. Um filme fascinante que conta a história de uma jovem perdida em sua histórias, vai em busca de um sentido para sua vida. Fã da culinarista americana Julia que ao escrever o livro" Dominando a Arte da Culinária Francesa". Julie descobre e lança o desafio de preparar as 524 receitas do livro em 1 ano, com o objetivo de tornar a sua vida mais intressante. E, resolve partilhar suas aventuras em um blog, tornando um grande sucesso.

Com toda essa história, fiquei engajada de ir a cozinha pelo menos 1 vez por semana, e preparar pratos regionais brasileiros adaptados a uma alimentação mais saudável.

Aceito sugestões...., mas estou pensando em fazer um baião de dois para esse próximo fim de semana. Já vou pesquisar uma receita bem fácil e saudável para compartilhar e depois conto como ficou.

Espero que de certo.

Beijos

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CAMINHOS

" Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ser somente!"

Fernando Pessoa

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

VIAJAR NO SABOR DA VIDA... É SER FELIZ.

Essa sensação de novo ANO, nos faz crer na possibilidsade de testar, conhecer novos caminhos, sabores, uma possibilidade de viver o desconhecido.

Traçei um rota de viagem para o início do ano, passei a virada em São Luis do Maranhão, gente e comida muito boa, vou publicar depois a receita e a história do arroz de cuxá, o delicioso Maria Isabel, do sorvete de bacuri.... Depois fui para Fortaleza, onde aproveitei as águas calmas e quentes da praia do futuro e comi com gostoso Serigado na brasa com arroz de brócolis e Baião de dois, sem contar as tapiocas... E última parada Salvador, onde fiz questão de tomar aquele banho de mar, agradecer a Deus pelo NOVO ANO e claro soborear um Pudim de Tapioca, frutos do mar e claro um delicioso suco de cajá. Tive também a oportunidade de ministrar a minha primeira palestra do ano sobre Alimentação Saudável para um grupo de baianos e gauchos.

Obrigada pela receptividade e com certeza a Bahia é cheia de magia.

Beijos e que Deus ilumine cada um.

OBS. amanhã vou fazer uma boa pesquisa e publicar as receitas citadas acima.

FELIZ 2010

Que bom... Ano Novo!!!

Muitos vão estranhar, mas hoje dia 21 de janeiro Feliz 2010. Oba!!!

Minha panela até ontem estava... um pouco deixada de lado, mas recebi um presente de Deus que... remexeu a panela de uma forma, que Hum! Delicia, fez com que eu percebesse que a vida faz com os temperos que são acrescentados na nossa historia sejam realmente valorizados. E mesmo, quando colocamos duas pitadas a mais ou uma menos, TUDO VALE A PENA, pois errar faz parte do processo de aprendizado e quando percebemos essas falhas, que de alguma forma interferiram no sabor que esperavamos vem a surpresa... TENTAR mais uma vez e caso não de certo o melhor que temos a fazer é TROCAR A RECEITA. NÃO, NÃO, NÃO... pense que Estou sugerindo que desistamos dos nossos sonhos, mas existem vários caminhos para que possamos buscar a felicidade, os vários aborores que a vida nos proporciona. Afinal, o que buscamos constantemente são momentos felizes, pitadas de coisas que nos façam leves e com vontade de saborear cada tempero que a vida nos da, em alguns momentos com mais vontade, em outros por curiosidade. Portanto, FELIZ 2010 e sucesso !!!